Quando, sorrindo, vais passando, e toda
Essa gente te mira cobiçosa,
És bela - e se te não comparo a rosa,
É que a rosa, bem vês, passou de moda...
Anda-me às vezes a cabeça a roda,
Atrás de ti também, flor caprichosa!
Nem pode haver, na multidão ruidosa,
Coisa mais linda, mais absurda e doida.
Mas é na intimidade e no segredo,
Quando tu coras e sorris a medo,
Que me apraz ver-te e que te adoro, flor!
E não te quero nunca tanto (ouve isto)
Como quando por ti, por mim, por Cristo, juras
- mentindo - que me tens amor...
Antero de Quental
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Um comentário:
Onde foste encontrar um poeta tão antigo (jã não é do seculo pkassado, como era quando eu o estudei, no liceu!)?
Gosto deste.
O último verso evidencia bem até que ponto pode chegar a "imbecilidade" e o "masoquismo" da paixão amorosa, é não é?
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